quarta-feira, 25 de abril de 2012

"atlânticas"

Exposição Individual (série Cidades Imaginárias)
Galeria Vera Cruz, Aveiro, Out.2005
Fernando Gaspar






















fernando gaspar, I, 2005, acrílico e colagem sobre tela, 120x120cm






















fernando gaspar,II, 2005, acrílico e colagem sobre tela, 120x120cm






















fernando gaspar,III, 2005, acrílico e colagem sobre tela, 60x60cm






















fernando gaspar,IV, 2005, acrílico e colagem sobre tela, 60x60cm






















fernando gaspar,V, 2005, acrílico e colagem sobre tela, 60x60cm






















fernando gaspar,VI, 2005, acrílico e colagem sobre tela, 60x60cm


Atlânticas / fernando gaspar

Como é que se descrevem, com palavras, as percepções guardadas que o artista resolve perpetuar na tela? Que processo da memória ditou a escolha dos sítios e dos momentos representados? Ou a geografia e o tempo são irrelevantes porque, de facto, da vida lembramos somente um pouco mais do que de um romance que já lemos num passado qualquer?
São apenas essas impressões, deslocalizadas e intemporais, do essencial que ficou, a ditar a luminosidade e as cores de cada trabalho? É por isso, em razão de serem tão só imagens fugazes o que resta, o que sempre resta, que há uma tipologia minimalista na utilização de elementos e na definição de formas?
Porque, não há dúvida, Fernando Gaspar prossegue em Atlânticas um Percurso por Lugares Imaginários de muitas Viagens e por reminiscências de outros tantos Encontros, com ou sem Crónicas.
Mas, como se traduz em texto o que, com um carácter coerentemente mais abstracto, resulta desse revisitar íntimo do artista às praças das cidades, às zonas ribeirinhas, a outros locais, ao que parece descansar e àquilo onde a vida se agita?
De resto, Fernando Gaspar resolve bem as várias tensões em jogo. Entre o primado da inovação, na procura de caminhos e linguagens novas, e a autenticidade do processo de expressão. Entre a afirmação de uma individualidade própria e as influências da circunstância que sempre envolve o artista. Entre a sobrevalorização das tendências modernistas e o apelo ao regresso a valores tradicionais da pintura. Entre a atracção por posicionamentos, mais ou menos expeditos, de colagem a correntes na moda e o privilegiar daquilo que verdadeiramente brota de dentro. Entre a seriedade e destreza no emprego das técnicas e o resultado que se quer obter, apesar delas.
Como resolve? Pintando, claro: com uma grande sensibilidade para as emoções que reconstrói; com maestria na sua mediação com a tela; com sentido estético rigoroso e crescentemente contemporâneo.

Dr. Manuel Assunção
(Reitor da Universidade de Aveiro)
in cat. Atlânticas/ Fernando Gaspar/ Galeria de Arte Vera Cruz

catálogo completo:
http://www.scribd.com/doc/29667544/Fernando-Gaspar-Atlanticas-2005

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